sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Aécio diz que Serra nunca foi contra prévias no PSDB e que viajarão juntos pelo país



O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), disse nesta quinta-feira que a viagem que pretende fazer com o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), pelo país ainda neste semestre é uma forma de o partido se contrapor "à movimentação" que o PT está fazendo "sem muitos limites" pelas eleições de 2010. Os dois tucanos disputam a indicação do partido para as eleições de 2010.

Fernando Donasci/Folha Imagem
Após visitar Alencar (esq.), Aécio (dir.) disse que PT faz movimentações "sem limites"
Após visitar Alencar (esq.), Aécio (dir.) disse que PT faz movimentações "sem limites"


Aécio disse que Serra "jamais" foi contrário às prévias para escolher o candidato do PSDB à Presidência e ressaltou que o colega paulista concordou em fazer as viagens para mobilizar o partido, atualizar o discurso e, "sobretudo", divulgar as propostas do PSDB.

"Eu fiz ao governador Serra esse convite: vamos agora, antes mesmo das prévias, no primeiro semestre, visitar o Brasil. Acho que é uma forma de nos contrapormos à movimentação que o outro lado vem fazendo sem muitos limites, sem muitos cuidados, isso está ficando cada vez mais claro", afirmou Aécio, em São Paulo.

O governador disse que veio a São Paulo somente para visitar o vice-presidente José Alencar, que se recupera de uma cirurgia para retirada de tumor. Ele negou um possível encontro com Serra --que estava em Hortolândia (SP)-- para discutir as prévias do PSDB.

Aécio disse que tanto a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) --pré-candidata do PT à sucessão presidencial-- como qualquer outro ministro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem o "dever" de viajar pelo país para "propagar as ações do governo federal". Porém, deve ter o cuidado para não vincular "essas andanças" à uma corrida eleitoral.

"É preciso sim que o governo federal seja o primeiro a dar o exemplo. É absolutamente legítimo que os ministros saiam pelo país e propaguem as ações do governo e discutem outras ações com a sociedade. Mas quando isso passa a ter um caráter eminentemente eleitoral acho que interessa ao próprio governo dar o exemplo e estabelecer limites", afirmou Aécio.

O governador mineiro aproveitou a ocasião para responder, indiretamente, a uma crítica de Lula sobre a briga entre políticos da oposição e governo. Segundo o presidente, os governantes têm que diferenciar qual é o momento da briga política e o de governar.

"É ao governo federal que cabe, ao meu ver, definir de forma mais clara e dar o exemplo da diferença entre ação governamental e ação eleitoral", disse.

Aécio citou o encontro nacional de prefeitos com Lula, realizado na semana passada, como um "alerta pedagógico" ao governo para evitar novas ações eleitorais. O governador mineiro disse que houve "algum excesso no encontro" mas não achou nada "extremamente grave".

"Acho que aquele evento dos prefeitos deve servir de alerta. Acredito que ele pode se transformar em algo pedagógico. Porque no momento em que há uma mobilização tão grande do governo, com um material quase que de campanha distribuído nas proximidades do evento, não convém à democracia. E acho que não interessa ao próprio presidente Lula esse tipo de acusação", afirmou.

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