terça-feira, 16 de março de 2010

Enviado de Aécio vai a Serra para ‘confirmar’ o apoio


Divulgação



Presidente do diretório do PSDB de Minas, o deputado federal Nárcio Rodrigues estará em São Paulo nesta terça (16).



Deve encontrar-se com o governador José Serra e com o também deputado Mendes Thame, presidente do PSDB-SP.



Entregará a ambos uma cópia de comunicado aprovado na noite passada em reunião da Executiva do PSDB mineiro (foto).



O documento vale menos pelo que traz escrito e mais pelo propósito da articulação que o precedeu.



Elaborado em combinação com Aécio, o texto informa o já sabido: Antonio Anastasia é o candidato do PSDB ao governo de Minas. E Aécio disputará o Senado.



Anota, de resto, algo que, em tese, deveria dispensar a formalidade de um documento oficial: O PSDB de Minas apoia o presidenciável do PSDB, José Serra.



O alarde em torno do supostamente óbvio é uma tentativa de Aécio de se livrar de uma pecha que grudou nele em eleições anteriores. A fama do “corpo mole”.



O documento refuta “qualquer iniciativa” que possa levantar dúvidas quanto às “convicções partidárias” do tucanato mineiro.



O aceno de fidelidade dirigido a Serra visa afastar de Aécio uma “macumba” armada na semana passada por um aliado do governador mineiro.



Chama-se José Antonio Prates. Filiado ao PTB, comanda o município de Salinas. Fechado com a candidatura de Aécio ao Senado, ele lançou o “voto Dilmasia”.



Segundo José Antonio, um grupo suprapartidário de prefeitos faria campanha pela eleição do tucano Anastasia para o governo de Minas. Para o Planalto, a petista Dilma.



Uma espécie de reedição do “voto Lulécio”, que vicejou na eleição de 2006 –para Minas, a reeleição de Aécio; para o Brasil, a recondução de Lula.



Na semana passada, Aécio dissera que a fórmula “Dilmasia” não passava de uma “bobagem”. Parecia negligenciar o fato.



A edição do comunicado que será entregue a Serra demonstra que Aécio dá mais importância à encrenca do que sua declaração fazia supor.



Resta conseguirá fazer valer o escrito. Há em Minas 853 municípios. A grossa maioria (625) é gerida por aliados de Aécio.



Dos 625 prefeitos simpáticos ao governador, 232 são filiados a partidos que, em Brasília, integram o consórcio que dá suporte congressual a Lula.



Legendas como PTB, PR, PP e PDT. É nesse núcleo que se propaga a articulação em favor do “voto Dilmasia”.



Uma opção que, materializada nas urnas, pode proporcionar a Serra uma azia mineira, com refluxos de pão de queijo.



Daí a embaixada do deputado Nárcio Rodrigues em São Paulo. Vai dizer a Serra que, por decisão de Aécio, o tucanato de Minas já providenciou o antiácido.



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Escrito por Josias de Souza às 04h16

domingo, 14 de março de 2010

Lula comunica a Hélio Costa que vai apoiá-lo em MG

Sérgio Lima/Folha

Presidente agendou para o dia 22 reunião com PMDB e PT



Lula embarcou neste sábado (13) para o Oriente Médio. A viagem começa por Israel, evolui pelos territórios palestinos e termina na Jordânia.



O retorno a Brasília está previsto para a próxima sexta (19). Estima-se que o Aerolula pousará em Brasília no meio da madrugada, ao redor de 3h30.



Lula vai tirar o sábado e o domingo para repousar. Na segunda (22), descerá ao front político com a disposição de pacificar as relações entre PT e PMDB nos Estados.



Vai cuidar, primeiro, da encrenca que considera mais espinhosa e prioritária: a de Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do país.



Na manhã da última quarta (10), Lula recebeu para uma conversa reservada o ministro Hélio Costa (Comunicações), do PMDB.



Senador licenciado, Hélio deseja comparecer às urnas de Minas como candidato a governador. Tomado pelas pesquisas de hoje, é favorito. Porém...



Porém, o próprio ministro reconhece, entre quatro paredes: sem o PT, será candidato à derrota.



Precisa retirar de seu caminho os dois petistas que, como ele, se declaram candidatos à sucessão do tucano Aécio Neves: Patrus Ananias e Fernando Pimentel.



Mais do que isso: Hélio precisa atrair o petismo mineiro para o seu palanque. Na conversa de quarta, ganhou um aliado de peso.



Lula deixou claro que, no pano verde mineiro, suas fichas serão puxadas para o lado do PMDB:



“Sua presença [nas pesquisas] é forte, está muito bem. Merece e deve ser candidato. Conte comigo”, disse o presidente ao ministro pemedebê.



De volta da viagem internacional, Lula se reunirá com os presidentes do PMDB, Michel Temer; e do PT, José Eduardo Dutra.



Chamará para o encontro o preferido Hélio Costa e o par de petistas que disputam com ele: Patrus, ministro do Bolsa Família; e Pimentel, ex-prefeito de BH.



Será, no dizer de Lula, um encontro de “definições”. Acha que se esgotou a fase do deixa-como-está-para-ver-como-é-que-fica.



Aproxima-se o fatídico 3 de abril. Nesse dia, os ministros-candidatos terão de trocar a Esplanada pelos palanques. Daí a pressa.



No sonho do PMDB, Hélio Costa seria candidato com um dos rivais –Patrus ou Pimentel- na posição de vice.



No plano esboçado pela direção do PT, Patrus iria ao Senado. Pimentel coordenaria a campanha de Dilma, com a promessa de ocupar um ministério num eventual governo companheiro.



E quanto ao vice? O petismo deseja acomodar do lado de Hélio Costa o deputado federal Virgílio Guimarães (PT-MG).



Resolvida a pendência de Minas, Lula vai cuidar de outras encrencas. PMDB e PT se estranham em pelo menos mais quatro Estados: BA, PA, MS e CE.



Metade dos problemas estará resolvida a partir da definição de como vai funcionar a política de duplo palanque que se pretende adotar nos Estados em que os sócios de Dilma Rousseff medirão forças.



Lula já absorveu como coisa definitiva a idéia do convívio com os dois palanques. Mas o PMDB quer definir melhor as coisas.



Lula pisará nos dois palanques ou reservará a tarefa apenas para Dilma? Ambos levarão a cara à propaganda televisiva ou só a candidata vai aparecer?



Em conversas com os negociadores do PMDB, o ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) pronunciou a palavra que será repetida a Lula: “Igualdade”.



Para o PMDB, o que for feito para um terá de ser repetido para o outro.



Geddel enfrentará na Bahia o projeto reeleitoral do petista Jaques Wagner, velho amigo de Lula.



Nos seus diálogos privados, o ministro pemedebê resume assim o drama: “Os acordos terão de ser políticos, não na base da amizade. Até porque o pemedebista mais amigo de Lula jamais será tão amigo quanto o menos amigo do PT”.



Daí a intenção do PMDB de arrancar de Lula um rol de compromissos que promova a igualdade de armas entre os aliados de conveniência e os amigos históricos.



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Escrito por Josias de Souza às 05h47

sexta-feira, 12 de março de 2010

Aécio imita Lula e já inaugura até pedra fundamental


Osmar Freire/Divulgação



O governador tucano de Minas, Aécio Neves, adotou uma prática que, sob Lula, a oposição especializou-se em criticar: a “inauguração” de pedras fundamentais.



Aécio mimetizou Lula no município mineiro de Divinópolis. “Inaugurou” ali a pedra fundamental de um hospital público.



O hospital vai custar R$ 36 milhões às arcas estaduais. Aécio liberou R$ 8,9 milhões desse total.



A a obra é coisa por fazer. Só será concluída na próxima gestão. Mas Aécio, em franca campanha, cuidou de contabilizar antecipadamente o feito:



“O Hospital Regional, uma demanda, uma necessidade, uma carência quase que histórica dessa cidade, começa agora a ser implementado”.



Nas palavras do governador, as futuras instalações chegaram mesmo a ganhar forma:



“Um hospital todo equipado é o que pretendemos oferecer à população de Divinópolis”.



Candidato declarado ao Senado, Aécio levava a tiracolo o vice-governador Antonio Anastasia.



Vem a ser uma espécie de Dilma Rousseff de calças. Um tucano que Aécio tenta eleger seu sucessor.



Ainda em Divinópolis, Aécio e Anastasia “entregaram” um aeroporto. Foi reformado, ao custo de R$ 11 milhões.



Para Aécio, tratou-se de uma “inauguração”. De acordo com o texto levado ao portal do governo mineiro, realizou-se uma “reinauguração”.



Governador e vice deixaram em Divinópolis um rastro de verbas: R$ 6 milhões para pavimentação de vias públicas...



...R$ 840 mil para a construção de um par de postos de saúde, R$ 730 mil para a um terminal de passageiros do aeroporto local.



Antes de retornar a Belo Horizonte, Aécio concedeu uma entrevista.



Perguntaram-lhe sobre a articulação de prefeitos mineiros em favor do voto “Dilmasia” –Dilma para presidente e Anastasia para governador.



E ele: “Acho uma bobagem. Acho que aqueles que estiveram conosco, vão estar empenhados também na eleição do nosso partido, na eleição do governador José Serra...”



“...Esse é o nosso compromisso e vou trabalhar no limite das minhas forças para que ele tenha um ótimo resultado em Minas Gerais”.



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Escrito por Josias de Souza às 06h14

quinta-feira, 11 de março de 2010

Depois do ‘Lulécio’, nasce em Minas o voto ‘Dilmasia’

Nas eleições de 2006, um grupo de prefeitos mineiros recomendou aos eleitores de seus municípios a adoção do voto “Lulécio”.



Para a Presidência, a reeleição do petista Lula. Para o governo de Minas, a recondução do tucano Aécio Neves.



Para o pleito de 2010, o mesmo grupo de gestores municipais trama a reedição do fenômeno, agora rebatizado de voto “Dilmasia”.



Para o lugar de Lula, a preferida do presidente, Dilma Rousseff. Para a cadeira de Aécio, o apadrinhado do governador, Antonio Anastasia.



Deve-se à repórter Patrícia Aranha a detecção da mistura eleitoral que começa a ferver no caldeirão de Minas.



A sugestão de acidez estomacal que emerge do novo vocábulo não é gratuita. O candidato à azia é o grão-tucano José Serra.



"Não temos que engolir o Serra”, diz José Antonio Prates (PTB), prefeito do município mineiro de Salinas, famoso pela boa cachaça que produz.



“Com a indisposição causada pela candidatura do Serra, a Dilmasia vai ser maior ainda", José Antonio ironiza.



Em 2006, o prefeito era filiado ao PT. Foi expulso da legenda justamente por ter comandado o lançamento do voto Lulécio.



Hoje, José Antonio sente-se à vontade para inaugurar a onda “Dilmasia”. É um “apelo das bases”, justifica.



Segundo ele, o eleitor mineiro estaria frustrado por ter sido privado da oportunidade de votar em Aécio para presidente da República.



Antevê problemas para o preferido do tucanato: "O Serra vai levar uma surra em Minas, que vai decidir novamente a eleição presidencial".



O prefeito rememora 2006. Lembra que, em 27 de março daquele ano, 19 prefeitos do PT foram ao Palácio das Mangabeiras, a residência oficial do governador.



Entregaram a Aécio Neves um manifesto de apoio à reeleição dele. Depois, o movimento disseminou-se, contagiando políticos de outras legendas.



José Antonio estima que, em 2010, vários prefeitos do PT vão surfar na onda “Dilmasia”. Além deles, gente do PDT, PV, PSB, PTB e PP.



São legendas que, em Brasília, gravitam em torno do governo Lula. E, em Minas, orbitam ao redor da gestão Aécio.



Por que tamanha adesão? José Antonio alega que os prefeitos foram muito bem tratados tanto por Lula quanto por Aécio.



“Dilmasia”, diz ele, é mero chiste. Dá-se, na prática, uma ressureição do “Lulécio”. O grupo deseja, a propósito, trabalhar também pela candidatura de Aécio ao Senado.



"O movimento já está articulado”, diz o prefeito. “Tende a crescer. Só estamos esperando a oficialização das candidaturas”.



Em 2006, o movimento pelo voto misto rendeu a Aécio a pecha de traidor. Dizia-se que fazia corpo mole, evitando suar a camisa por Geraldo Alckmin, o Serra de então.



Lula divertia-se com o Lulécio. Guindado pelas urnas ao segundo turno, o tucano Alckmin teve, em Minas, menos votos do que amealhara no primeiro round.



Excluído da disputa presidencial de 2010, Aécio jura que vai arregaçar as mangas por Serra. Mas sempre se poderá alegar que a “Dilmasia” é moléstia sem remédio.



Como recusar o agrado de prefeitos que, simpáticos a Dilma, se dispõem a pedir votos também para Anastasia e, melhor, para o próprio Aécio?



Ouça-se mais um pouco de José Antonio, o ex-petista de Salinas, hoje um prefeito abrigado sob o guarda-chuva do PTB:



"Sou da tribo dos utopistas, que imaginou um Brasil acima dos projetos individuais...”



“...Cheguei a pensar, no ano passado, que Dilma e Aécio pudessem estar juntos numa chapa, já que não defendem um projeto antagônico de nação...”



“...Mas como no Brasil só há projetos de poder, PSDB e PT pensam diferente de mim, o que não obriga os prefeitos a se subordinarem a essa lógica".



Conhecido pela fama de hipocondríaco, José Serra, o “quase-talvez-provável-futuro” presidenciável do PSDB, talvez tenha de reforçar o estoque de antiácidos.

Escrito por Josias de Souza às 05h48

quarta-feira, 10 de março de 2010

Aécio diz que está disposto a colaborar na articulação de Serra se houver convite

BRENO COSTA
da Agência Folha, em Belo Horizonte

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), flexibilizou o discurso e agora afirma que está disposto, caso haja convite do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), a viajar pelo Brasil e a colaborar com a articulação política da eventual campanha do paulista à Presidência da República.

Em entrevista na Cidade Administrativa Tancredo Neves, Aécio ontem disse que, após a sua desincompatibilização do cargo de governador, em 3 de abril, vai "submergir" durante "os primeiros 30 dias". Em seguida, a partir de maio, afirmou que estará à disposição de Serra, "agora talvez até com uma disponibilidade maior".

Aécio se disse disponível para participar de "conversas na construção da articulação da campanha e no projeto e no programa que ele conduzirá".

"Estarei integralmente à disposição dele. Em primeiro lugar, em Minas Gerais, onde nós vamos buscar levar as suas propostas e seu projeto. Mas, quando ele achar necessário, também estou à sua disposição para ir a outros Estados", disse.

O discurso do mineiro, desde que anunciou sua desistência da corrida presidencial, em dezembro, vinha sendo sucessivas declarações de compromisso prioritário com Minas.

O comprometimento de Aécio com a eleição do vice, Antonio Anastasia (PSDB), em Minas Gerais, permanece. No entanto, ganhou contornos mais maleáveis. Até então, era quase praxe Aécio se declarar "soldado" de Serra, mas "mergulhados nas questões de Minas", com sua colaboração na campanha do paulista partindo de suas ações em solo mineiro.

A Folha apurou que essa mudança de discurso é uma maneira de atenuar a recusa em aceitar o posto de vice numa chapa presidencial encabeçada por José Serra.

Segundo o deputado federal Nárcio Rodrigues, presidente do PSDB-MG, a discussão sobre uma eventual aceitação por parte de Aécio ao convite para ser vice de Serra está encerrada, mas o mineiro ocupará o primeiro plano na campanha de Serra, caso seja convidado.

"Eu não tenho dúvidas de que ao Aécio será reservado um papel estratégico na campanha nacional do PSDB", disse.

"Se convocado pela campanha nacional do partido para ajudar na construção da aliança, do diálogo e em algumas outras missões, tenho certeza que o governador não vai se furtar da tarefa.Ele só não pode ficar pleiteando nada em relação a isso", afirmou o deputado.

terça-feira, 9 de março de 2010

Aécio admite retomar candidatura caso Serra desista


Divulgação



Aécio Neves reuniu-se reservadamente, em Belo Horizonte, com dois caciques da oposição –um do PSDB e outro do DEM.



A conversa ocorreu há seis dias, no Palácio da Liberdade, sede do governo mineiro. Girou em torno da sucessão de Lula.



Os interlocutores de Aécio perguntaram se a recusa dele em aceitar a posição de vice na chapa de José Serra era uma decisão irrevogável.



O governador mineiro respondeu afirmativamente. Vice de Serra não será. De jeito nenhum. Ponto. Aécio foi, então, confrontado com uma segunda pergunta.



Reassumiria a candidatura presidencial em caso de desistência de Serra? A resposta foi, de novo, afirmativa. Sim, voltaria à disputa.



Aécio esclareceu: tendo se retirado do ringue nacional, não seria adequado que sua volta resultasse de qualquer tipo de maquinação contra Serra.



Porém, havendo uma desistência formal do governador tucano de São Paulo, Aécio não se constrangeria em medir forças com Dilma Rousseff.



O diálogo travado em Minas, por revelador, ilumina a encruzilhada a que chegaram os adversários de Lula e Dilma.



Em teoria, a oposição continua dispondo de dois presidenciáveis potenciais. Na prática, não dispões de nenhum candidato.



O impasse tem nome: José Serra. Entre quatro paredes, ele se diz candidato. Mas recusa-se a antecipar o anúncio formal da candidatura.



A demora de Serra, antes vista como estratégia de político experiente, agora é tomada pelos seus próprios aliados como temosia.



Uma birra que, confrontada com o crescimento de Dilma nas pesquisas, passou a ser interpretada como hesitação.



O incômodo, antes restrito ao DEM, espraiou-se também pelo tucanato. Em privado, o próprio presidente do PSDB, Sérgio Guerra, diz estar com Serra pela tampa.



No início da semana passada, Guerra dissera que, antes do sábado, Serra já freqüentaria o noticiário com uma cara de candidato irreversível.



Os fatos o desmentiram. Sempre passou por Brasília e Belo Horizonte. Espremido pelos repórteres sobre a sucessão, recorreu à desconversa.



Em privado, oposicionistas que sempre defenderam a opção por Serra encontram-se à beira de um ataque de nervos.



Um exemplo: líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN) disse privadamente a Sérgio Guerra que a situação chegara a um limite.



Longe dos holofotes, Agripino ponderou a Guerra que Serra tem de levar a candidatura à vitrine ainda nesta semana.



Sob pena de a oposição flertar com o imponderável. Sérgio Guerra pôs-se inteiramente de acordo. Disse que voltaria a Serra.



O diabo é que, a despeito da impaciência que o cerca, Serra não parece minimamente disposto a ceder aos apelos antecipatórios.



Na semana passada, no mesmo dia em que Aécio admitia voltar à disputa em caso de desistência do rival, Serra trocou um telefonema com Jarbas Vasconcelos.



Dissidente do PMDB, Jarbas estivera com Serra, em São Paulo, há dois meses. Ouviu dele um apelo para que aceitasse disputar o governo de Pernambuco.



Desde então, Jarbas condiciona a montagem de um palanque pernambucano para a oposição ao calendário de Serra.



Incomodado com a demora, tocou o telefone para o amigo. Para tranquilizá-lo, Serra disse que continuava candidato.



Lero vai, lero vem Serra queixou-se dos que cobram dele a antecipação do calendário. Mencionou o grão-tucano Tasso Jereissati (CE).



Depois, em entrevista ao Globo, o próprio Jarbas ecoaria Tasso. Disse que passa da hora de Serra retirar a candidatura do armário.



No curso da conversa telefônica, Jarbas pedira a Serra um encontro pessoal. Combinou-se que ocorreria no início desta semana.



Jarbas se dispôs a voar para São Paulo. Serra aquiesceu. E ficou de ligar de volta, marcando dia e hora. Veio o final de semana. E nada.



Chegou a segunda-feira. E, até a noite passada, um Jarbas cada vez mais impaciente continuava esperando o telefonema do amigo.



Além de facilitar a vida de Dilma, em ascensão nas pesquisas, a demora de Serra paralisa todos os movimentos da oposição.



O PT já providencia o aluguel de um comitê para Dilma. E quanto ao PSDB? O blog ouviu um dirigente tucano. Disse o seguinte:



“As pessoas que têm juízo, não podem deixar de buscar alternativas para essa questão [logística]. Mas, enquanto não tiver o candidato, não podemos avançar”.



A paralisia alcança também a seara política. Vive-se em São Paulo um drama. As pesquisas apontam o tucano Geraldo Alckmin como favorito à sucessão de Serra.



Mas o partido vê-se como que manietado. Presidente do diretório paulista do PSDB, o deputado Mendes Thame resume a encrenca:



“Definir agora a candidatura do Geraldo é como dizer que o Serra, mesmo que queira sair candidato à reeleição em São Paulo, não vai ter essa chance”.



No final do ano passado, alheio às pressões, Serra evocara Lupcínio Rodrigues. Dissera ter “nervos de aço”.



O diabo é que os nervos de Lula parecem feitos de elástico. Enquanto Serra impõe aos aliados a pasmaceira do samba-canção, o presidente faz Dilma dançar no ritmo frenético do frevo.



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Escrito por Josias de Souza às 05h48

segunda-feira, 8 de março de 2010

PT nacional já busca um vice para Hélio Costa em MG


Elza Fiuza/ABr
Encaminha-se para o final a disputa entre PMDB e PT pela indicação do candidato ao governo de Minas Gerais na eleição de 2010.



A direção nacional do PT inclina-se para o apoio à candidatura do ministro pemedebê das Comunicações, Hélio Costa, hoje na liderança das pesquisas.



Embora o petismo mineiro ainda insista na tese do candidato próprio –Fernando Pimentel ou Patrus Ananias—, a cúpula do PT já se ocupa da escolha do vice.



Por ora, o nome mais cotado para compor a chapa como segundo de Hélio Costa é o do deputado Virgílio Guimarães (PT-MG).



A prevalecer a estratégia urdida em Brasília, Patrus, o ministro do Bolsa Família, vai às urnas como candidato ao Senado.



Quanto a Pimentel, ex-prefeito de Belo Horizonte, ficaria restrito à coordenação de campanha de Dilma Rousseff.



Idealiza-se para Pimentel uma recompensa futura: uma cadeira de ministro num eventual governo Dilma.



O repórter Valdo Cruz informou no final de semana que Lula já avisou ao PT que, em Minas, vai apoiar Hélio Costa.



Ou seja, o alto comando do PT apenas cuida para que a vontade de Lula, que tem peso de lei no partido, seja observada.



Parte-se de raciocínio óbvio: numa praça em que o prestígio do governador tucano Aécio Neves rivaliza com o de Lula, a divisão PT-PMDB prejudica Dilma.



Deseja-se prover à presidenciável oficial um palanque único em Minas, o segundo maior colégio eleitoral do país.



Na estratégia idealizada por Lula, Minas funcionaria como uma espécie de contrapeso de São Paulo, o Estado do rival José Serra.



Imagina-se que, se bem votada entre os mineiros, Dilma atenuará a provável desvantagem que terá em relação a Serra na contagem dos votos paulistas.



Nascida em Minas, Dilma fez-se politicamente no Rio Grande do Sul. O comando da campanha elabora uma estratégia para tonificar a origem mineira da candidata.



Ao apresentar Dilma como presidenciável com gosto de pão de queijo, o governo deseja açular a aversão dos mineiros à opção preferencial por São Paulo.



Um sentimento que, imaginam os estrategistas de Dilma, foi aguçado pelo PSDB ao optar por José Serra em detrimento de Aécio Neves.


Escrito por Josias de Souza às 05h04

domingo, 7 de março de 2010

Lula impõe aliança com o PMDB em MG para eleger Dilma


Folha Online/PX

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva avisou os petistas mineiros que irá apoiar a candidatura do ministro Hélio Costa (Comunicações), pré-candidato ao governo de Minas Gerais pelo PMDB.

O objetivo de Lula é conseguir o apoio do PMDB no Estado para fazer a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) sua sucessora.

A decisão do presidente coloca em xeque as duas pré-candidaturas do PT ao governo mineiro: a do ex-prefeito Fernando Pimentel e a do ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social).

Segundo a reportagem do jornal Folha de São Paulo, Lula pediu aos dois petistas que busquem uma estratégia de composição na chapa do PMDB.

A proposta do presidente é que o PT indique o candidato a vice-governador.

sábado, 6 de março de 2010

Aécio volta a recusar ser vice de Serra: "não adianta empurrar!"

"Minas a reboque, não!". Esse é o título do editorial do jornal "O Estado de Minas", rechaçando a proposta para o governador Aécio Neves ser vice de José Serra na eleição presidencial deste ano.

"Na política, a hesitação cobra caro, mais ainda numa disputa que promete ser das mais difíceis. Não há como negar que a postura vacilante do próprio candidato, até hoje não lançado, de atrair aliados tem adubado a ascensão da pouco conhecida candidata oficial.


O que é inaceitável é que o comando tucano e outras lideranças da oposição queiram pagar esse preço com o sacrifício da trajetória de Aécio Neves", afirma o editorial.

Redação - Carta Maior

Editorial do jornal O Estado de Minas, intitulado “Minas a reboque, não!”, envia recado à direção nacional do PSDB:

Aécio não será vice de Serra.

Na mesma edição, o próprio governador mineiro afirma, citando Tancredo Neves: “não adianta empurrar!”.

A íntegra do editorial é a seguinte:

Indignação. É com esse sentimento que os mineiros repelem a arrogância de lideranças políticas que, temerosas do fracasso a que foram levados por seus próprios erros de avaliação, pretendem dispor do sucesso e do reconhecimento nacional construído pelo governador Aécio Neves.

Pior. Fazem parecer obrigação do líder mineiro, a quem há pouco negaram espaço e voz, cumprir papel secundário, apenas para injetar ânimo e simpatia à chapa que insistem ser liderada pelo governador de São Paulo, José Serra, competente e líder das pesquisas de intenção de votos até então.

Atarantados com o crescimento da candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, percebem agora os comandantes do PSDB, maior partido de oposição, pelo menos dois erros que a experiência dos mineiros pretendeu evitar.

Deveriam ter mantido acesa, embora educada e democrática, a disputa interna, como proposto por Aécio.

Já que essa estratégia foi rejeitada, que pelo menos colocassem na rua a candidatura de Serra e dessem a ela capacidade de aglutinar outras forças políticas, como fez o Palácio do Planalto com a sua escolhida, muito antes de o PT confirmar a opção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na política, a hesitação cobra caro, mais ainda numa disputa que promete ser das mais difíceis.

Não há como negar que a postura vacilante do próprio candidato, até hoje não lançado, de atrair aliados tem adubado a ascensão da pouco conhecida candidata oficial.

O que é inaceitável é que o comando tucano e outras lideranças da oposição queiram pagar esse preço com o sacrifício da trajetória de Aécio Neves.

Assim como não será justo tributar-lhe culpa em caso de derrota de uma chapa em que terá sido apenas vice, também incomoda os mineiros uma pergunta à arrogância:

se o mais bem avaliado entre os governadores da última safra de gestores públicos é capaz de vitaminar uma chapa insossa e em queda livre, por que Aécio não é o candidato a presidente?

Perplexos ante mais essa demonstração de arrogância, que esconde amadorismo e inabilidade, os mineiros estão, porém, seguros de que o governador “político de alta linhagem de Minas” vai rejeitar papel subalterno que lhe oferecem.

Ele sabe que, a reboque das composições que a mantiveram fora do poder central nos últimos 16 anos, Minas desta vez precisa dizer não.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Ao lado de Serra, Aécio volta a negar vice em chapa tucana

Rayder Bragon
Especial para o UOL Notícias*
Em Belo Horizonte

Sob gritos de "Aécio, presidente!" e ao lado do colega de partido José Serra, o governador mineiro, Aécio Neves (PSDB), voltou a afirmar nesta quinta-feira (4) que não pretende ser candidato a vice na chapa do governador de São Paulo à Presidência da República.

“O homem público que não resiste a pressões não merece fazer política", disse Aécio, parafraseando uma máxima do avô Tancredo. "Todos nós temos as nossas convicções e eu sou um homem de convicções. Eu tenho as minhas. Enquanto elas não se alteraram, eu sigo meu rumo”, afirmou Aécio, durante inauguração da Cidade Administrativa Tancredo Neves, em Belo Horizonte. “Se alguém, em determinado momento, me convencer do contrário, eu tenho que avaliar.”

Já sobre a possibilidade de se tornar candidato ao Planalto em uma hipotética desistência de Serra, Aécio foi mais direto: “Vou ser taxativo. O momento de uma eventual candidatura minha à Presidência já passou. Não será desta vez”.

O governador disse ainda que Serra compreende que seu papel é mais importante em Minas Gerais, para ajudar o governador paulista a ser vitorioso. E defendeu o colega tucano, dizendo que seu partido tem um nome, mesmo ele ainda não tendo se pronunciado, e que Serra tem todas as chances de sair vencedor.

"Minas é minha causa, minha casa, meu chão. Minas é minha pátria", disse Aécio durante inauguração da nova sede administrativa do governo mineiro.

Em dezembro, o governador abriu mão publicamente de suas pretensões de ser o candidato do PSDB à Presidência nas eleições deste ano.

Desde então, é grande a pressão para que ele venha compor como vice na chapa do partido. O provável candidato, o governador José Serra (SP), ainda não tornou pública sua pré-candidatura. Isso ajuda a alimentar especulações de que ele pode não disputar a Presidência, o que abriria o caminho para Aécio voltar ao páreo.

O governador mineiro --que já falou sobre sua intenção de tentar uma cadeira no Senado, além de trabalhar para fazer seu sucessor em Minas-- elogiou o colega paulista no discurso e o chamou de amigo.

"Serra é um grande companheiro destas e também de outras lutas, um amigo."

* Com informações da Reuters