De: | Fabio Tardelli |
Para: | Edson Paim |
Data: | 19/02/08 11:01 |
Assunto: | Noticias Sul de Minas |
A centenária Fonte do Marimbeiro ficou destruída esta manhã, quando desabaram as suas paredes internas, bancos e muretas. Tijolos, pedaços de cimento e muita lama soterraram a fonte e danificaram seriamente as seis bicas de água mineral. Por ser a segunda-feira um dia de pouco movimento, não houve vítimas.
Embora a coluna que sustenta todo o telhado da fonte esteja precariamente equilibrada em apenas dois tijolos e possa ruir a qualquer momento, nenhuma providência tinha sido tomada pela administração do Parque das Águas até as 15h desta segunda feira.
TRAGÉDIA ANUNCIADA
Os parques de água minerais de Cambuquira, MG são administrados pelo poder municipal e a falta de manutenção tem sido sua característica ultimamente. No caso do Marimbeiro, a tragédia era esperada, porque nas últimas temporadas de chuvas um ribeirão próximo passou a tansbordar por falta de limpeza e de corte do mato, acarretando a inundação do parque e da fonte. Tanta umidade terminou fazendo ruírem as paredes e, a qualquer momento, o mesmo ocorrerá com o teto, que sequer foi escorado.
Faz alguns anos que os dois parques de água mineral vêm funcionando precariamente e decepcionando moradores e turistas - jardins abandonados, atrações fechadas, mato alto, lagos sujos. Com o desabamento do Marimbeiro, passam a ser duas as minas de água mineral abandonadas na ex-estância hidromineral, já que uma outra preciosa fonte, conhecida como "do Laranjal" ou "do Dico", está em ruínas e assoreada há tempos. Ironicamente, ambas têm águas com características únicas, diferentes das demais do Sul de Minas.
A água da Fonte do Marimbeiro, tradicional recurso para combater males do aparelho digestivo, vinha ganhando notoriedade ultimamente no tratamento das recentes doenças auto-imunes. Um dos grandes apreciadores desta fonte foi o presidente Marechal Floriano Peixoto, que se tratou com ela em 1896.
CARACTERÍSTICAS
Os primeiros registros sobre a fonte indicam que já era conhecida no final do século 18, mas a captação planejada das águas minerais e sua classificação ocorreram somente em 1915, pelo chefe de Laboratório de Análises do Estado de Minas, o químico Dr. Alfredo Schaeffer. O nome "Marimbeiros" corresponde a certo tipo de árvore frondosa, da família do tamarindeiro, que existia em profusão neste local, onde também se erguia um hotel-cassino homônimo.
A fonte servia através de seis bicas, com vazão total de quase 40 mil litros por dia. Eram três águas alcalino-gasosas e férreas, diferentes apenas na concentração de gás e de substâncias minerais, sendo a nº 1 a mais fraca, a nº 2 média e a nº 3 a mais forte. Todas apresentavam quantidades elevadas de carbonatos de cálcio e magnésio. O líquido que jorrava nas bicas era a água de chuva que se infiltrou no solo há cerca de 35 anos, tempo que leva para absorver os sais minerais, o gás e as propriedades medicinais.
Com assessoria