quarta-feira, 26 de maio de 2010

Aécio lidera ‘corrida’ ao Senado em todos os cenários


Folha

Pesquisa veiculada pelo diário mineiro “O Tempo” revela que o ex-governador Aécio

Neves é o candidato ao Senado mais bem posto em Minas Gerais.



O ex-governador tucano aparece como líder em todos os cenários pesquisados. Atrás dele vem o ex-presidente Itamar Franco, hoje no PPS.



São dois os principais cenários. Num, Aécio e Itamar foram incluídos numa lista junto com Hélio Costa (PMDB).



Noutro, o nome de Hélio foi substituído pelo de Fernando Pimentel (PT).



No primeiro, somando-se a primeira e a segunda opção de cada eleitor, Aécio amealha 72,88%. Itamar, 45,47%. E Hélio, encostado, 44,45%.



No segundo cenário, Aécio belisca 77,68% das intenções de voto. Itamar, 57,41%. E o petista Pimentel, 17,77%.



É em meio a esse cenário benfazejo que parte do tucanto e da tribo 'demo' pede que Aécio aceite o desafio "patriótico" de trocar o certo pela posição de vice na chapa de José Serra.



Escrito por Josias de Souza às 21h34

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Prefeito de Itamonte (MG), Marcos de Carvalho, filiado ao PSDB, apoia a petista Dilma

Prefeitos do PSDB e do DEM apoiam a petista Dilma

Laryssa Borges
Direto de Brasília

O PT e legendas da base aliada recrutaram nesta terça-feira prefeitos oposicionistas favoráveis ao nome da pré-candidata petista Dilma Rousseff à presidência da República. Prefeitos de partidos que apoiam nacionalmente o nome de José Serra ao Palácio do Planalto foram utilizados para mostrar que a aliança em torno da ex-ministra da Casa Civil contempla até dissidentes de agremiações adversárias.

Durante o evento com prefeitos e prefeitas da base aliada, foram anunciados pelo menos três prefeitos de oposição que apoiavam a pré-candidatura de Dilma ao Palácio do Planalto. O prefeito de Itamonte (MG), Marcos de Carvalho, filiado ao PSDB, defendeu a política do governo Lula em relação aos gestores municipais e confirmou que pretende ser cabo eleitoral da petista.

"Pela primeira vez na historia (os prefeitos) foram respeitados não como pontinhos no mapa, mas como entes federativos. Foram tratados com respeito pelo governo do presidente Lula", disse Carvalho, que classificou o presidente Lula como "querido" e "líder mundial".

"Nós, municípios pequenos, conseguimos participar de um governo vitorioso. Falo como cidadão brasileiro. Vamos trabalhar para a senhora. A senhora com certeza vai ser a primeira presidente do Brasil", completou Carvalho. Também presente, o prefeito do município de Sapé (PB), João Clemente, foi aclamado por estar na plateia e ser filiado ao DEM.

Em tom provocativo e elogiando os prefeitos dissidentes, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, atacou o pré-candidato José Serra, que segundo ele, adotou uma postura "arrogante" ao almejar uma unificação do País em torno de um projeto apoiado apenas por três partidos: PSDB, DEM e PPS.

"(Dilma) está realizando junto com os prefeitos o principal ato político da pré campanha, até hoje. O candidato que é contra o Lula, no seu discurso, de uma certa forma até arrogante, dizia que queria unir o Brasil com três partidos, e vemos aqui que tem defecções. Ninguém une esse pais se não tiver os prefeitos. Esse ato mostra quem tem capacidade de unir o País", afirmou o coordenador político do

domingo, 16 de maio de 2010

Dilma ultrapassa Serra pela primeira vez

Diario do Vale
São Paulo

A pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, cresceu e está liderando, pela primeira vez, a preferência para as eleições presidenciais deste ano. Segundo pesquisa do instituto Vox Populi, divulgada na noite de ontem (15) pela TV Bandeirantes, Dilma tem 38% das intenções de voto na consulta estimulada, com um aumento de nove pontos percentuais em relação ao levantamento de janeiro.

José Serra, pré-candidato do PSDB, caiu três pontos percentuais e está agora com 35%, de acordo com o instituto. Marina Silva, do PV, se manteve no patamar de 8%. Os indecisos representam 11%, e os votos brancos e nulos estão em 8%.

No cenário de segundo turno, Dilma superaria Serra por 40% a 38%. Como a margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais, os dois candidatos estão tecnicamente empatados tanto na simulação de primeiro turno como na de segundo turno.

Na pesquisa espontânea, quando o eleitor responde aos pesquisadores em quem votar, Dilma também é indicada como a melhor opção dos eleitores. Ela aparece com 19% das intenções de voto, e o adversário tucano, com 15%.

Os eleitores dos estados do Nordeste preferem Dilma, onde tem a maior aprovação: 45%. Já na região Sul, a petista fica com 30%. Ao contrário, Serra aparece com 45% dos votos no Sul e 30% no Nordeste.

Na divisão de gêneros, a pré-candidata do PT tem mais aprovação entre os homens brasileiros, com 42% dos votos, e 34% são das mulheres. Para Serra, o cenário é mais equilibrado: 35% dos seus votos são de mulheres e 34% de homens.

O Vox Populi consultou 2.000 eleitores em 117 cidades de 23 estados e o Distrito Federal. Os dados foram levantados entre os dias 8 e 13 maio. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número 11.266/2010.



Fator Lula

Outro dado chama a atenção da pesquisa divulgada neste fim de semana: a maioria dos eleitores votaria, com certeza, em um candidato apoiado pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT). Enquanto 33% dos eleitores disseram que "com certeza" votariam num candidato indicado por Lula e 30% que poderiam votar, apenas 10% disseram que não votariam. Outros 24% afirmaram que não levam isso em conta.

Para 47% dos entrevistados, o próximo presidente deve dar continuidade à maioria das políticas de Lula e mudar apenas algumas. Outros 34% disseram que todas as políticas públicas atuais devem ser mantidas, 13% acham que se deve manter algumas e mudar a maioria e 5% gostariam que tudo fosse mudado.

sábado, 15 de maio de 2010

Aécio sinaliza que aceita ser vice de Serra


Congresso em Foco

O ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves roubou a cena neste sábado (10) no encontro nacional do PSDB, que lançou a pré-candidatura para a Presidência da República do ex-governador de São Paulo José Serra. Em discurso inflamado e muito aplaudido, Aécio admitiu que, se o partido o indicar, ele poderá ser vice de Serra. O mineiro preferiu falar nas entrelinhas e disse que estará com Serra “onde quer que seja convocado”.

“Ninguém tem proposta melhor para este país do que José Serra. E a seu lado estarei, onde quer que eu seja convocado. No momento em que, no final do ano passado, declarei-me não mais candidato do PSDB, eu dei o primeiro sinal claro de que estaria a seu lado, governador José Serra, porque acima de projetos pessoais, por mais legítimo que seja, está o interesse de construir um Brasil diferente”, disse Aécio, enquanto a multidão gritava “vice, vice”.

O discurso de Aécio antecedeu ao de Serra. Enquanto o pré-candidato a presidente adotou o tom conciliador do “não aceito o nós contra eles”, o ex-governador mineiro preferiu enfatizar que o PT, principal partido com o qual os tucanos vão disputar a Presidência, sempre colocou o “projeto partidário” acima dos interesses da nação.

“O PSDB e seus aliados estão sim preparados para debater sobre o futuro, mas se quiserem também vamos debater sobre o passado, porque não há nada que nos envergonhe. Ao contrário do que muitos querem me fazer crer, o Brasil não foi descoberto em 2003. Se o Brasil é hoje um país melhor hoje, foi porque em 1985, todos que estamos aqui estivemos ao lado de Tancredo Neves. Eles não. A ele, negaram o seu voto, porque o projeto para eles sempre foi o projeto partidário”, alfinetou Aécio.

Arrogância

Em seu discurso, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também aproveitou o momento para fazer duras críticas ao governo do PT, à pré-candidata Dilma Rousseff e ao próprio presidente Lula. Sem citar nomes, o ex-presidente tucano disse que “o Brasil cansou de uma certa arrogância, que o Brasil cansou de uma autoconfiança ilimitada”.

“O Brasil cansou de quem despreza todo mundo, de quem desrespeita a lei. O Brasil quer ver o malandro que roubou na cadeia. O Brasil cansou de ver pessoas responsáveis passando a mal na cabeça de todo mundo como se fosse generosidade, quando na verdade é um incentivo ao desrespeito à lei”, disse Fernando Henrique.

O ex-presidente do PSDB falou também que Serra saberá reconhecer o que foi feito pelos governos do passado e pelo governo Lula, porque o partido e seus aliados não são “daqueles que cospem no prato”. De olho no eleitorado do Bolsa Família, Fernando Henrique reforçou que o governo tucano dará “quantas bolsas sejam necessárias para dar condições à população”.

“A história é um processo. Porque não dizer que o tijolo que está bem feito, vai ficar aí? Vamos colocar outros tijolos e quantas bolsas que sejam necessárias para dar condições à população”, disse. “Nós vamos querer um Brasil que, ao olhar para o passado, o difama? Ou que, no presente, transforma tudo em marketing? Ou um Brasil que construa o futuro? Só se pode entregar um país como o Brasil a quem tem qualidade de liderança e essas qualidades não são natas”, declarou o ex-presidente.

O lançamento da pré-candidatura de Serra também contou com os discursos dos presidentes do PPS, Roberto Freire (PE), e do DEM, Rodrigo Maia (RJ). Os dois alinharam os discursos ao do presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), em críticas ao governo Lula. Roberto Freire disse que “o país exige mudanças”, mas que o governo Lula “não tem a ousadia da mudança”. Rodrigo Maia disse que Lula “governou para administrar a pobreza, e não para superar a pobreza”.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

O DEM não indicará o vice de Serra: a vaga está entre Itamar Franco (PPS) e o senador Francisco Dornelles (PP)

O título destas postagem é a transcrição do último parágrafo do Resumo de Notícias do Jornal do Brasil, publicado hoje, cujo teor é o seguinte:

"Manchete: "Não vejo como o PT perder a eleição"

Em entrevista ao jornal espanhol El País, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi categórico quanto ao que espera das eleições.

"Ganhe quem ganhar, ninguém fará disparate. O povo quer seguir caminhando e não voltar para trás.

Mas não vejo a possibilidade de perdemos", afirmou, rejeitando um "lulismo" quanto ao mérito numa eventual vitória de Dilma Rousseff (PT).

O ex-presidente Fernando Collor disputará o governo de Alagoas e vai apoiar Dilma, embora o PTB esteja com o candidato do PSDB, José Serra.

O DEM não indicará o vice de Serra: a vaga está entre Itamar Franco (PPS) e o senador Francisco Dornelles (PP).

(págs. 1, País e Informe JB A4)

A noticia correspondente ao título desta postagem confirma a hipótese, formulada por este blogueiro, em absoluta primeira mão, há mais de seis meses, como comprova nosso comentário, publicado no Blog "A GARRAFA: Jornal online em Lambari (Painel do Paim)", na segunda-feira, 26 de outubro de 2009. sob título:

EX-PRESIDENTE ITAMAR FRANCO NÃO É "CARTA FORA DO BARALHO SUCESSÓRIO", como se comprova, ao acessar a postagem original, através do seguinte LINJK:

http://agarrafalambari.blogspot.com/2009/10/ex-presidente-itamar-franco-nao-e-carta.html

e que se acha transcrita a seguir:

Edson Paim escreveu:



Como na lenda do Fenix, pássaro mitológico do Egito, na antiguidade clássica, segundo relatos de Heródoto e Plutarco, resurgia das suas próprias cinzas, Itamar Franco que, como vice de Collor foi guindado à Presidência da República, agora, reaparece repentinamente, como vice-presidente do PPS e defensor da candidatura de Aécio Neves, Governador de Minas e neto de Tancredo Neves, para complicar, mais ainda, o jogo sucessório presidencial.

Três partidos que disputam, hoje, o espólio da UDN: o PPS (ex-Partido Comunista Brasileiro - PCB) e que forma com o DEM a ala direita da política brasileira, tendo ao seu lado, o PSDB (pseudo democracia social brasileira), capitaneado pelo neo-liberal FHC, acrescidos do PMDB de alguns estados, os quais farão, nas próximas eleições, o contraponto ao bloco governista, constituído por um elenco de partidos, tendo à frente o PT e o PMDB "chapa branca", possuindo uma candidata oficial, a ministra Dilma Roussef e um candidato "estepe", Ciro Gomes, destinado a ser a "tábua de salvação", no caso de Dilma não decolar.

Neste cenário, surge uma "trinca" de atores: Itamar Franco, Aécio Neves e o ex-deputado federal Roberto Freire (PE) que foi reconduzido à Presidência do PPS, os quais representam três importantes "trunfos" que poderão ter atuação decisiva na definição do quadro sucessório, tanto mais que Itamar que apoia e aposta na candidatura de Aécio, mas é um possível candidato a Vice-Presidente, na chapa de José Serra, o que seria inviável no caso da candidatura de Aécio, por serem ambos do mesmo estado - Minas Gerais e, pelo mesmo motivo, Michel Temer ou Orestes Quércia não poderiam ser vice de Serra.

Se política é como nuvens, como já dizia Benedito Valadores, uma "raposa felpuda", da maior escola de política que o país ja teve, o PSD mineiro, a coisa se complica quando entra em cena o ex-prefeito de Juiz de Fora, ex-governador do estado montanhês e ex-Presidente da República, Itamar Franco, tradicional militante da UDN mineira e principal responsável pela candidatura de FHC, que ao introduzir e se beneficiar do casuismo do segundo mandato, frustrou a candidatura de Itamar, motivo pelo qual ele pode se transformar numa "pedra no sapato" de José Serra, o principal pupilo do criador do segundo mandato, a menos que venha a ser guindado como companheiro de chapa do governador de São Paulo.

Como o DEM não reivindica a vice na chapa da oposição, aumenta a chance do PPS, de Roberto Freire, "emplacar" Itamar Franco, nessa vaga, reditando a política "café com leite", formada pelos dois maiores colégios eleitorais da federação, vigente antes da revolução de 1930, complicando, assim, a vida de Lula e de sua pupila Dilma e, forçando o presidente e a banda governista do PMDB a lançar, como vice, o Ministro das Comunicações, Hélio Costa, do PMDB mineiro, em detrimento da candidatura do paulista, Michel Temer, até agora, considerada como a mais provável.

Pior que isto, para a candidata situacionista, só mesmo se, diante da indecisão de Serra, prevalecer o lançamento de Aécio Neves, mais competitivo que o governador paulista e representando o "novo", sem o estigma de perdedor e sem os "ranços" de continuismo da era FHC, impedindo, destarte, uma disputa plebiscitária como é desejo do patrocinador da candidatura da Ministra Dilma.


http://agarrafalambari.blogspot.com/2009/10/ex-presidente-itamar-franco-nao-e-carta.html

sábado, 8 de maio de 2010

Hélio Costa diz que crítica de Marina ao PMDB é bobagem

Rayder Bragon
Especial para o UOL Eleições
Em Belo Horizonte

O pré-candidato do PMDB ao governo de Minas Gerais, o ex-ministro Hélio Costa, rebateu duramente declaração da senadora licenciada Marina Silva, pré-candidata do PV à sucessão presidencial, que disse ontem em Belo Horizonte ser o PT refém da “pior parte do PMDB”, situação considerada análoga por ela à do PSDB com o DEM.

“Todo mundo tem o direito de falar uma bobagem pelo menos uma vez por semana. Ela usou Belo Horizonte para falar a bobagem dela”, disparou Hélio Costa após encontro no final da tarde desta sexta-feira (7) com o prefeito da capital mineira, Marcio Lacerda (PSB), que recebeu o peemedebista para lhe apresentar projeto de transporte viário na cidade.

O ex-ministro defendeu o seu partido ao afirmar que a legenda “só pode ser lembrada pelos homens que fizeram a história desse país, que fizeram a história desse regime democrático”.

Costa admitiu que todas as legendas têm “lado ruim”. Mas em seguida disse o que considera reprovável no partido da pré-candidata. "O partido da Marina tem um lado muito ruim, que prejudica o desenvolvimento nacional, que atrapalha todos aqueles que estão construindo pela comunidade”, disse.

Sucessão estadual

Hélio Costa também falou sobre o entendimento que tenta com o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, pré-candidato do PT ao governo estadual. Costa, cujo partido defende pesquisas eleitorais para indicar o cabeça de chapa da base aliada de Lula em Minas Gerais, admitiu que novos quesitos poderão influenciar a decisão.

Nesta semana, integrantes das cúpulas nacionais de PT e PMDB fecharam acordo sobre palanque único no Estado e definiram o dia 6 de junho como data final para o anúncio do nome majoritário que vai disputar a sucessão local. O presidente Lula teria batido o martelo em favor de Costa para não melindrar apoio peemedebista à pré-candidata petista.

“A avaliação de candidatos tem de seguir uma séria de conceitos, um deles é a pesquisa. Acho que estamos no caminho certo, estamos avaliando as pesquisas qualitativas e as quantitativas, avaliando as nossas lideranças em todas as regiões de Minas Gerais. Não é tão simples dizer: fulano está à frente das pesquisas, ele deve ser o candidato”, afirmou.

O ex-ministro revelou que equipes tanto do PT quanto do PMDB estão sendo montadas para já trabalhar no programa de governo e no roteiro de viagens pelo Estado. “Estamos nos entendendo, estamos conversando, estamos chegando a um entendimento muito bom e vamos ter todos os partidos da base aliada no mesmo palanque, junto com a (ex)-ministra Dilma (Rousseff)”, disse.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Apuração parcial do PT coloca Pimentel à frente de Patrus

Petistas foram para as urnas ontem defendendo a candidatura própria

Matheus Jasper
Especial para O Tempo

O PT realizou, ontem, as prévias para escolha do candidato ao governo do Estado. No último boletim divulgado ontem pelo partido, com 38,6% dos votos apurados (233 municípios, incluindo a capital), o ex-prefeito Fernando Pimentel obteve 52,4% dos votos (6.889) e o ex-ministro Patrus Ananias, 47,6% (6.269). O comparecimento dos militantes foi considerado baixo. Em Belo Horizonte, por exemplo, o colégio eleitoral é de 11.280 votantes, mas compareceram às urnas 3.636 pessoas (aproximadamente um terço).

As prévias foram marcadas pela defesa da candidatura própria. É que o PT em Minas sofre às pressões das cúpulas nacionais do próprio partido e do PMDB para que a base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha candidato único no Estado, o que significa que ainda deve ter, entre o vencedor das prévias e o PMDB, que tem o senador Hélio Costa como pré-candidato, uma outra negociação.

Ontem, o secretário geral da Presidência, Luiz Dulci (PT), negou que o nome do senador Hélio Costa seja o defendido por Lula para a cabeça de chapa. "Eu não vi essa declaração do presidente Lula. As informações são de terceiros que, muitas vezes, estão interessados nisso. Falam não aquilo que o presidente pensa, mas aquilo que eles próprios querem que aconteça", afirmou Dulci.

Patrus Ananias rechaçou a possibilidade de a eleição em Minas ser usada como moeda de troca para a assegurar o acordo nacional entre PT e PMDB em torno do apoio a pré-candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff. "Na história do Brasil e na história do PT, Minas Gerais nunca foi tratado como moeda de troca. Eu não tenho conhecimento de nenhuma decisão já tomada. Qualquer acordo a ser feito terá que ter a participação efetiva da militância do PT", afirmou.

Já Pimentel foi enfático ao afirmar que Dilma terá apenas um palanque em Minas. Mas, ele deixou claro também que ainda não foi resolvido qual das duas siglas terá a cabeça de chapa.

Escolha
Critérios. Luiz Dulci defendeu que as pesquisas não devem ser o único aspecto para escolha do candidato da base: "Quando Patrus foi eleito prefeito com 60%, no início, ele tinha 2% das intenções do voto".

À disposição

O deputado federal Virgílio Guimarães (PT) afirmou ontem, durante a votação das prévias, que o partido trabalha com a tese da candidatura única objetivando ganhar a eleição já no primeiro turno. “O acordo do palanque único é a nossa posição. Nós não aceitamos a ideia, que beneficia demais o Palácio da Liberdade, de eleições em dois turnos. A nossa matéria-prima é o tempo, e o tempo é nosso. Vamos ter um palanque único para ter a vitória em primeiro turno”, afirmou.

Apesar de defender que uma possível aliança com o PMDB seja encabeçada por um candidato a governador do PT, Virgílio não descartou a chance de ser o vice de Hélio Costa. “Meu nome está disponível para qualquer eventualidade. Mas, nesse momento, o meu nome está inscrito para a disputa ao Senado e eu poderia, inclusive, para ajudar na unidade, não ser candidato a nada”, afirmou Virgílio.

O petista garantiu não querer mais disputar uma vaga como deputado federal. (MJ)

Esvaziamento

Como já era esperado pelos próprios pré-candidatos, as prévias do PT não mobilizaram muitos militantes. Pela manhã, na sede municipal do partido em Belo Horizonte, alguns chegaram a estranhar a pequena movimentação. “Não é aqui a votação da (região) Centro-Sul? Estou sentido o pessoal desanimado”, afirmou uma das militantes.

O pleito aconteceu com um clima respeitoso entre os candidatos e com tranquilidade nas zonas de votação. Ontem, o presidente do PT mineiro, deputado Reginaldo Lopes, disse que o ideal seria que as prévias não acontecessem, mas ele acredita que elas agora construirão a unidade do partido no Estado.

“Eu acho que a prévia, como diz o meu presidente (do PT) José Eduardo Dutra, é um final horroroso, mas é preferível do que um horror sem fim. A gente poderia ter construído, desde o ano passado, uma maioria política, em que o candidato sairia muito fortalecido para a tese do palanque único. Mas preservamos e garantimos a democracia interna com o último instrumento para garantir a união, que são as prévias. E, a partir de amanhã (hoje), já teremos candidato”, afirmou.

A apuração dos votos termina ainda hoje por volta das 14h. Uma coletiva está marcada para as 18h, quando deve ser anunciado oficialmente o nome do vencedor. (MJ)
Publicado em: 03/05/2010

domingo, 2 de maio de 2010

Adversários em Minas, Pimentel e Patrus já falam em acordo

da Folha Online

A despeito de não terem chegado a um acordo para evitar as prévias para a escolha do candidato do PT ao governo de Minas, tanto o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, 59, quanto o ex-ministro do Desenvolvimento Social Patrus Ananias, 58, afirmam que firmarão um entendimento tão logo se encerre a disputa, vença quem vencer.

Eles admitem negociar com o PMDB, que condiciona a aliança em torno da candidatura de Dilma Rousseff (PT) à Presidência ao apoio ao ex-ministro Hélio Costa em Minas--, mas defendem que o petista que vencer a prévia hoje deve encabeçar a chapa.

Pimentel afirmou que o PT perdeu tempo com a disputa interna para a escolha do candidato ao governo de Minas Gerais. Porém considerou a prévia necessária, pois o Estado tem dois nomes qualificados, e negou que a disputa enfraqueça a candidatura presidencial de Dilma Rousseff.

Já Patrus afirmou que a campanha de Dilma é a prioridade, mas, como não é algo 'abstrato', precisa da mediação dos petistas de Minas Gerais. O petista afirmou também desconhecer a insatisfação do presidente Lula com o PT mineiro.

Leia a seguir entrevistas concedidas pelos dois à Folha na última sexta-feira.

Folha - Por que não houve acordo com o ex-ministro Patrus Ananias, e o PT de Minas vai para as prévias?

Fernando Pimentel - Essa pergunta tem que ser respondida pelo Patrus, porque ele é quem recusou. Perseguimos o acordo, trabalhamos com a ideia o tempo de todo de ter composição interna. Infelizmente, não foi possível porque o nosso oponente não aceitou.

Folha - Ao criar a disputa, o PT de Minas não põe em segundo plano a candidatura presidencial de Dilma Rousseff, motivo da insatisfação do presidente Lula com essa situação?

Pimentel - Há uma realidade regional que não pode ser ignorada. Nós temos em Minas dois nomes qualificados que têm condições de representar o partido na eleição de 2010. Um deles tem que ser o escolhido.

Não acredito que enfraqueça [a candidatura de Dilma à Presidência]. Nós perdemos, de fato, tempo, isso sim.

Agora, vamos sair unificados. Qualquer um dos nomes que sair escolhido terá o apoio do conjunto do partido.

Folha - É imprevisível o desfecho disso ou é possível garantir a pacificação dos dois grupos após a prévia?

Pimentel - Já há clima de entendimento pela base. Há um clima de que o partido tem que estar unido para disputar a eleição de 2010. Vamos precisar dessa unidade para a próxima etapa que é a negociação com o PMDB, com a base aliada, mas especialmente com o PMDB.

Convencer o PMDB que o desenho melhor da chapa majoritária é o PT como cabeça de chapa para governador.

Para que essa negociação possa se dar adequadamente com chance de êxito para nós, temos que estar unidos. Acho que o PT está consciente disso. Não vejo possibilidade de divisão, passada a escolha agora.

*

Folha -Por que não houve acordo com o ex-prefeito Fernando Pimentel, e o PT de Minas vai para as prévias?

Patrus Ananias - O acordo está se dando através das prévias. Elas constituem o caminho do acordo, fazem parte da tradição democrática do PT, estão previstas no estatuto do partido. Nossos filiados estão sendo os fiadores desse grande acordo.

Folha - Ao criar a disputa, o PT não põe em segundo plano a candidatura presidencial de Dilma Rousseff, motivo da insatisfação do presidente Lula com essa situação?

Patrus - Não. Não tenho conhecimento da insatisfação do presidente. A nossa grande prioridade é a eleição da Dilma.

Claro que para nós a prioridade é o projeto nacional. Só que entendemos que o projeto nacional não se dá no abstrato, passa por mediações regionais, dos Estados, e sobretudo um Estado que faz parte da construção do Brasil como Minas Gerais, fiador da soberania e da integridade do nosso país e também do nosso projeto.

Folha - É imprevisível o desfecho disso ou é possível garantir a pacificação dos dois grupos após a prévia?

Patrus - Estamos inteiramente pacificados. O clima no PT é muito sereno hoje, as prévias estão se colocando no nível de disputa de ideias, de projetos.

As minhas relações com o Fernando [Pimentel] e com as pessoas que o apoiam estão rigorosamente preservadas, e há sinais de lideranças de pessoas que integram a equipe dele que, se eu ganhar as prévias, estaremos unidos.

Se ele vencer, imediatamente estarei manifestando a minha solidariedade e de todos os nossos apoiadores.